Tenho percebido nitidamente o quanto mudei nesses últimos três anos, três meses, três dias... Tenho saudades do tempo em que, sentada em um canto qualquer, sorria na recordação de um momento. Na minha solidão sempre me senti forte, com as armas em punho para lidar com o vazio de certos momentos. Minhas armas sempre foram os livros, os filmes, as músicas, a escrita ou mesmo o silêncio.
Hoje vejo-me entretida com a rotina sufocante da vida, do trabalho e das exigências do dia-a-dia. Ao acordar, a mente já abre um diário perfeito do que devo fazer ao pisar os pés no tapete, após comer alguma coisa e todo o trajeto que terei de percorrer após sair de casa e só retornar no fim do dia. Exausta, fatigada e já pensando no próximo.
Tenho percebido o quanto preciso me policiar para sobreviver a esta selva. Tento aproveitar para respirar profundamente quando estou fora desta rotina. Respiro fundo, tão fundo até entrar em êxtase.
Cada vez que percebo o quanto a minha vida está diferente, mas me apego aos momentos de paz, de alegria, de sublimidade. Adoro o sossego. Caminho em busca da tranquilidade.
Meus sonhos, meus desejos me impulsionam. Tenho feito o que tenho vontade. Me agarro às oportunidades.
Durmo quando tenho sono, como quando tenho vontade. Penso bastante, rio, falo. Ouso, desafio, provoco e faço.
Beijo, abraço, sufoco até o cansaço.
Amo, expresso, sinto, acho.