terça-feira, 29 de julho de 2008

Cumplicidade. Com pequenos gestos de carinho você é capaz de transformar meu sentir. Salto dos meus questionamentos, às vezes insanos, para a leveza dos instantes sublimes que ainda somos capazes de distinguir. Varinha de condão não sei se você a tem, talvez a esconda por trás deste seu olhar lindo que tanto me encanta. Espero-te confessar que sua mágica vem através dos seus olhos, pois não há explicação para seu poder de me fazer tão, tão boba.
Quero ainda entender como consegues arrancar de mim meus pensamentos mais ingênuos, minhas tolices e os resquícios da minha espontaneidade de criança, que vamos perdendo aos poucos, infelizmente. Menino bobo, um anjo com asas gigantes que mais belas nunca vi. Ao se aproximar vão limpando tudo para que eu possa seguir. Levam embora minhas sombras, a poeira que sobe sempre que varro meus pensamentos... Deixam o ar puro, a luz límpida e o ambiente tranquilo. Então sorrio pois sinto-me livre e minha liberdade é a força para sempre te amar.

Di, sua flor.


terça-feira, 8 de julho de 2008

Dias cinzentos

"Minha força está na solidão
Não tenho medo de chuvas tempestivas
Nem de grandes ventanias soltas
Pois eu também sou o escuro da noite".
(Clarice Lispector)

Observando a chuva fico a pensar nos mistérios que rodam esse fenômeno tão fascinante que encanta de poetas a fajutos. Parte da vida se esconde quando chove assim como outra parte também se revela. Para onde vão as borboletas, me pergunto. E de onde surgem tantas mariposas? Penso que ambas possuem asas, umas mais coloridas que outras. Mas todas elas possuem o fascínio de poder voar. Então não questiono mais, porque a beleza está ali. E onde há beleza não há dúvidas. Só encantamento.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Nostalgia...

Verdes, vermelhas, amarelas, azuis, brancas ou pretas...

Lembro da minha infância, quando preferia as continhas, os botões, os grãos de feijão e outros carocinhos às bonecas estereotipadas que as vezes ganhava da minha mãe. As bugigangas viravam criaturas tão vivas quanto eu. Elas corriam, saiam, cantavam, dançavam. Eram personagens cheios de vida, com seus desejos mais íntimos revelados na minha imaginação. Pensava se outras garotinhas também brincavam de modo tão estranho, mas tudo voltava a ser o que era quando alguém se aproximava. Paulas, Sofias, Julies, Pedros e Jans tornavam-se em segundos feijões, botões e continhas coloridas.
Nada do que eles viviam fazia parte da minha vida. Ao contrário. Eram sociáveis por demais, se comunicavam bastante, se aventuravam, eram ousados e passavam longe da solidão. Seria muita pretensão deixa-los presos ao mesmo mundo em que eu vivia. Eles precisavam experimentar de forma diferente. Assim os fazia.
Depois de decorrer alguns tantos anos, até hoje não posso dizer que tive experiências tais quais as dos meus personagens imaginários. E nem era pra ser. Deles só trago as cores e formas. O suficiente para mim.